Freud Explica

Freud Explica

terça-feira, 27 de abril de 2021

A face do amor

 A face do amor

Ansel Adms disse uma vez: você não faz uma fotografia apenas com uma câmera. Você traz para o ato da fotografia todos os livros que leu, os filmes que assistiu, a música que ouviu, as pessoas que amou, lugares que você visitou. Aromas, sons e formas do passado.

Eu fotografo almas, tudo que meus olhos fixam é difícil escrever o quão grande é cada imagem, porque elas, cada uma delas, têm o seu adequado sentido. Nas manhãs, meus olhos buscam a essência onde a fala do Criador me chega delicada no toque da brisa, no canto dos pássaros, na dança faceira das árvores, tudo se parece único, inteiro, belo, tudo se junta como o amor nos dias, nas noites, no próximo.

Momentos, em que a gratidão tão-somente se enleva até o majestoso num elo onde as palavras já não precisam ser ditas.

A entrega se faz na prece onde pausadamente o caminho é azul feito um oceano, e as nuvens tais quais auroras boreais. Apenas um facho de luz entre as nuvens revelam que a fotografia mais bela jamais seria tão fenomenal. Tudo formando um mosaico dentro desse coração que passa a fotografar rostos queridos, sonhos, poesias, melodias orquestradas em tons bemóis.

Há todas as manhãs novos temas, novos pergaminhos a fotografar e guardar, porque a estrada é cheia de talvez, de quedas e vacilos. Enquanto os olhos param na luz que irradia mundos paralelos, e a ampulheta derrama de leste a oeste o sopro do anjo hálito de tristeza. E quando sem compreender escuto, apenas fotografo o livro dos dias.

A face de Cristo surge triste com uma coroa de espinho. E ela, a mãe de todos os filhos, a intercessora, caminha com leveza em branco Céu sobre uma terra craquelada.

Onde está o amor?

Dentro das tuas criaturas.

Os olhos se fecharam, o orgulho ganhou adeptos, a vaidade caminha à solta sem se importar pelo dia ou pela noite.

Então novamente ela, a mãe, lançou fraternal laço de amor, tateou o globo entre as mãos, pequena ampulheta. E detrás de si tudo se fez grande, e então dentro do meu pensamento compreendi as tentativas. Cada um que tenta germinar a semente do bem sem hesitar não cairá. Os pássaros de todas as espécies voejavam baixo perto de suas mãos, mas um deles que não conseguia identificar era o mais persistente, e por fim depois das tentativas ele consegue soerguer-se veloz.

Então perguntei, que pássaro era aquele? Então o globo nas mãos da intercessora girava mais veloz e seus cabelos longos dançavam sobre o universo ao sopro da brisa. E num sorriso calmo e doce, estendeu a mão ao alto, e da imagem de Cristo pousava o antídoto dentro de sua mão apaziguadora.

Vi ali todas as falas de afeição num só pingo de água, era fácil compreender porque todos precisamos espalhar amor uns aos outros.

Fotografar a essência é preciso, mas sem julgamentos, sem mágoas, sem pedras, todos precisamos uns dos outros, precisamos de toda a criação de Deus, porque cada um está andando sobre as águas e é onde a confiança no Criador deve ser sem receios.

Um dia é o que precisamos para viver bem vivido, como disse o mestre, o dia de amanhã pertence ao Pai. O momento é de fotografar almas e acolhe-las, abra os braços ou voe como desejar. Com uma palavra de carinho, e se pondo no lugar do outro, sendo o próximo.

Acredite, cada passo dado no bem é uma estrada de luz que se acende em meio à cura, pois o bem leva ao amor maior, há uma eternidade de vitórias em cada um de nós.

Não ache estranho a maneira que alcanço desnudar as expressões para encaixar a grandiosidade do sentimento, mas para mim como já nasci estranha foi a conexão mais bela que com gratidão escrevi esse conjunto confuso de palavras.



Isis Carvalho

sexta-feira, 10 de julho de 2020

😍





Tra-lá-lá-lá-lá

"Dizem que um sempre ama mais. 
Ah Meu Deus, como eu queria que não fosse eu!"

( Frase do filme- antes que termine o dia)


quarta-feira, 24 de junho de 2020

Meu amor



Mãe,
Com você eu aprendi a perceber o meu semelhante, pois ele nos une em laços fraternos, nos impulsionando nesse caminho do bem que muitas vezes é pouco notado.
Aprendi a ser forte e ir à luta pelos meus objetivos.
Muitas vezes na escola dessa vida, as lições vêm e nós não estamos nem aí para elas, e daí somos corrigidos, querendo ou não. Mas graças a Deus você esteve presente me ensinando a maneira de concertar.
Aprendi a encontrar a coragem diante de dores.
Aprendi a lidar com elas mesmo quando ficavam fotografadas não minha memória. E nessas lições que todos temos na vida, nos exemplos que vinham de você e meu pai, aprendi que ajudar alguém é nos ajudar mais.
Aprendi a não me calar e dizer o que penso, mas que não posso ir dormir zangada com ninguém. Que não viemos a este mundo passear apenas, mas que o riso e a dor estarão em nossas vidas, porque as lutas estarão sempre presentes, mas que a arma está em nosso coração para vencê-las.
Eu tenho observado nas noites você dormir, e muitas vezes penso: Deus, abençoe minha mãe, conforte o seu coração, porque ela sofre muito.
Éramos oito e hoje somos apenas duas filhas.
Dizem... quando uma mãe perde um filho ela se desestrutura, e você perdeu seis. Está tão recente ainda esta última perda. Mas você foi buscando força em Deus e Ele te sustentou, e te sustentará sempre.
Muitas vezes pedi a Ele que eu tivesse a sua fortaleza. Mãe... você é uma guerreira e eu admiro muito a sua fé em Deus, e mesmo quando lhe dói inteira, você diz que “com Jesus se pode estar triste, mas Ele apazigua o coração”.
Então é isso o que você faz, se apega nesse Deus maravilhoso com suas orações, e Ele te ampara, porque conhece cada um no íntimo.
Hoje você completa 91 aninhos. E eu costumo dizer que você é a menina da gente e você sorri.
Eu vejo um dia de sol, sorrindo para a brisa.
Manhã de magia e de entusiasmo.
Corre para a janela Maria, e observa o céu.
Deus está te dando bom dia!
Ficamos acostumadas a gargalhar na noite e a dizer bom dia todas as manhãs, né Mãe?
O dia costuma chegar mais cheio de sol, mesmo quando o frio do inverno aponta do lado de fora do tempo.
Rezo por ti e peço ao Senhor do alto que cuide com todo carinho, da mulher maravilha que me ajudou a subir etapas e a ser o que sou.

Você é a heroína da minha história, aquele anjo protetor que Deus concedeu para tomar conta de mim na Terra. E você tomou conta do jeito que sabia, e do que não sabia, enfim cumpriu o seu papel.
Então, fora o imenso orgulho que tenho por você sou grata por tudo meu amor.
Meus olhos marejam, peço ao Pai amoroso que te abençoe com as bençãos necessárias que precisa.
E peço também o que peço todos os dias: que Ele me conduza para cuidar sempre do jeito certo de você, porque eu te amo tanto que muitas noites perco o sono, e fico em prece pedindo a Deus que Ele te faça esquecer tantas dores aí dentro desse coração tão especial. Você mãezinha me inspira, minha preciosa poesia, meu bebê, minha menina grande.
Só o Pai amado pode medir o tamanho do sentimento que carrego aqui dentro por você. Agradeço muito por te ter na minha vida.
Obrigada meu Deus por ela!
Com ela aprendi a não virar de costas quando alguém precisa de ajuda.
E nestes cuidados diários aprendi a compreender que somos felizes a cada segundo, seja lá como ele se apresente a nós, porque são oportunidades que precisamos e que vieram.
Parabéns mamãe pelo seu dia.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Uníssono



Criatura,

Olha em código para o que não decifras.

Galgas ondas e não percebes cada passada que dás nessa estrada.

Diante de tantas belezas te perguntas: por que estacionei, se seguimos em frente em uma estrada pontilhada sem placas indicando o verdadeiro caminho? Como morar em ti mesmo é difícil, porque há milhares habitando tuas lembranças, por que perdes tempo calçando sapatos que não cabem em teus pés?

Vês que o Sol sorri também nesse tempo, onde perdes a bússola. Teus olhos são lanternas frágeis indicando aos pés passadas trêmulas.

Então por um segundo, consegues reconhecer alguém em teu interior. Alguém que transborda em lágrimas sentado num cantinho de ti, que esquecestes de usar.

Lá as lágrimas banham uma face tranquila e risonha, e te ensina que já estavas em ti. Havia guarida enfim para o vazio.

Tempo, podes chama-lo outra vez de eterno, e saís em polinização no mais raro som de todas as melodias.

A paisagem predominante de um “milagre”. Vestes encontros de antigos sentimentos cobertos por camadas vezes muito duras, vezes acessíveis, como se fora um grande herói que decidiu se conhecer de verdade.

Lá onde as máscaras não são uníssonas, Criatura e Criador se contemplam com olhares únicos, sublimes sobre o galope das nuvens, como Pegasus de asas gregorianas.

Desculpe se puder, meu interior, por todas as jornadas que não te encontrei, por todos os espinhos com que te feri a entranha sequiosa, sem o cálice, ápice bendito. Por emudecer com o barulho nas curvas de uma estrada, se apenas seguia, e por não ter aprendido a ler todas as placas.

Quando as palavras simplesmente se fizeram conhecidas, o sentimento estava maior, e em tudo te senti na minúcia da delicadeza que tem uma flor.


Isis Carvalho

domingo, 23 de junho de 2019

Fio

Texto e imagem:
 Isis Carvalho


Há um arco-íris enfeitando o Céu,
um espaço de flores e um jardim.
Tempo necessitado, me conte, onde está o antídoto?
Voltaire e suas frases me tocam, e essa me deixa meditando: “oportunidades do presente não devem ser negligenciadas, raramente batem à porta duas vezes”. Sei que assim é.
Olho novamente para o horizonte, lá estão os matizes enfeitando esse Céu que amo. Hoje meu coração ficou inquieto e triste, e precisei conformar as lágrimas que teimavam em cair.
Queria saber acomodar de maneira sábia todas estas coisas que abarrotam meus pensamentos.
Tantas são as responsabilidades, tantos são os receios sobre elas.
Por um momento fecho os olhos e relembro estações que se foram, elas pareciam ser cheias de eternidades, no entanto esse tempo que machuca e golpeia, vem também feito fragrância pura ou antídoto certo.
As asas deste tempo são aladas, em cada movimento navegam mares desconhecidos aos nossos olhos, ou entendimentos.
Infinito, somos todos feitos sementes que brotam, mentes que brilham em torno de mundos navegados pela incivilizada mente humana.
Teias, pequenos fragmentos de um tempo habitado por coisas inimagináveis.
Toca na harpa da vida esse ser ou não ser, enigma vasto que insiste em questionamentos que minha mente não consegue explicar.
Busco amplidões, perguntas feitas e respostas pela metade.
Suspiro fundo, ouço uma canção antiga que apenas a meditação gravou, ou deixou em armazenamento para ninar o silêncio que as respostas certas transformaram em coisa nenhuma além de fantasias.
Tento voltar ao começo, enxergar o ipê de todas as cores vivas que firmavam as ruelas e suas magias.
O fio que as guardavam dispersou e transformou primaveras em invernos dentro de um coração sem poesia.

sábado, 22 de junho de 2019

Agir



Alternativos podem ser uma boa opção
entretanto, entendo que, as coisas assustam no inicio
 quando o preventivo não  entra em cena.



Imagem: Minha

Sintoma



Muitas vezes sabemos o que fazer, 
apenas não queremos ouvir.





Imagem: Minha

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Sentimento




Tente respirar
O sentimento sufoca eu sei,
os olhos marejam, isso eu também sei.
A chuva não terá o mesmo barulho dentro da sua mente,
eu tinha uma inspiração,
eu sabia quando o sol brilhava lá fora
 e a minha poesia entrava no tom.
Simplesmente os pássaros emudeceram, e a brisa deixou de soprar.
Tudo isso é estranho para você?
Então retorne quando tudo ficar mais suave,
porque o que posso agora é tecer uma teia íntima,
onde todos os detalhes se tornam reféns.
Há correria lá fora,
há barulho de risos,
há cumplicidades entre abraços,
e eu despetalando uma flor,
bem me quer ou mal me quer.
Se uma estrela tocasse o solo,
faísca voariam sem direções,
estaríamos quites,
pois estou sem comando.
O brilho da manhã ficou nublado,
e o inverno ganhou entretons.
O vento carregou a verde esperança,
e encanto da linda floresta se quebrou.
O que pensar?
Que os olhos embaçam uma certeza,
aquela de não saber compreender.
Quem realmente acarinha minha face
com as mãos da incógnita,
o sentimento ou o frio desta noite?
Respiro fundo e conto até três,
Imagino que o sonho acabou.



Isis Carvalho
imagem e texto

(Autoria: Isis Carvalho)

(Autoria: Isis Carvalho)
Após tantas buscas, encontrar, perder, achar. Cada vez mais tenho certeza, que minha melhor busca é me sentir bem comigo mesma. E algumas vezes, reviver na memória coisas que eu queria esquecer. Feridas que ainda estão abertas, e que eu ainda não consegui sarar ou transformar em algo que eu pudesse excluir e não tivesse mais acesso.