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Houve um tempo em que desaprendi a ver o brilho em meus olhos, porque eles sumiram sem deixar rastros. Na estrada sempre trazemos saudades, e cada uma delas é contada de um jeito. Gosto da maneira que beijo as teclas, nos dedos escorrem emoções que o silêncio guardou.
Houve tempo que embrulhei a esperança, porque minha fé deu um nó. Escravizei minha alegria. Ao meu redor as cores iam desbotando, e dentro de mim tudo continuava testemunhando e pedindo uma faxina.
Para quê? Precisava saber o que não acrescentava mais, e sem apegos, para não ter como voltar atrás (Pessoas que por muito tempo guardei como quem guarda troféus, e que se foram sem um aceno sequer, sentimentos e tempo perdido). Não coube numa caixa só, e fiz sem olhar duas vezes, para não ter uma recaída e transformar meu coração outra vez numa desordem.
Houve tempo em que via nos teus olhos um amor tão cheio de gosto, de vivacidade, de equilíbrio. Nele me instalei e não previ mudanças e nem com o pretexto em que elas iriam chegar sem ter marcado hora. E eu que sempre fui tão organizada com minhas coisas externas, não havia preparado um manual para as internas.
Mas esse tempo cessou quando busquei minhas raízes, e descobri uma coragem que eu deixei que se fosse de mim, porque as coisas breves que chegaram, pareciam ser para sempre.
E foram breves como algodão doce, que se derrete na boca sem nos dar tempo para apreciar o bom. Breve como uma xícara de café pequeno, que se toma e nem dá tempo de apreciar o gosto. Breve como o “eu te amo” que não passava do coração para os lábios para salivar a boca com asseio, e saía da boca simplesmente, e se ia ao vento como as palavras vãs proferidas por ti. Breves como os falsos sentimentos que dizia nutrir por mim. Breve como esse momento que te escrevi e vi se desfazer no picador de papel, para deixar somente uma certeza autografada por minhas digitais, para ficar na tela do mundo, a me lembrar que houve um tempo.
Acabou como punhados de mentiras.
No ponto que escolhi para esse final embolei o resto da incerteza e mandei para a lixeira ao meu lado. Aqui ficará apenas a certeza de que ressurgiu a fênix que morava dentro de mim.
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Autoria: Isis Carvalho]
Lindo Ísis!!
ResponderExcluirAssim que se faz!
... a esperança anda me encontrando ultimamente... fico tão contnte!!!
Boa noite querida!!